No
Atlântico Norte vivem oito das treze espécies reconhecidas de baleias de barbas
(da Sub-Ordem Mysticeti):
- Baleia azul (Balaenoptera
musculus);
· Baleia comum (Balaenoptera physalus);
·
-Baleia sardinheira (Balaenoptera
borealis);
·
-Baleia de Bryde (Balaenoptera edeni);
·
-Baleia de bossa (Megaptera novaeangliae);
·
-Baleia anã (Balaenoptera acutorostrata).
·
(grupo das baleias de barbas )
Embora
a maioria das espécies de baleias tenham sido sobre-exploradas no Atlântico
Norte, ainda existe muita incerteza sobre a identidade das populações e
sub-populações, rotas migratórias e áreas de reprodução.
Também existe pouca informação sobre as relações tróficas, processos que influenciam
a ecologia dessas baleias e sobre ameaças criadas por activades humanas à
conservação das suas populações.
Nos
últimos anos o desenvolvimento de investigação regular sobre cetáceos e a expansão da actividade de observação comercial de cetáceos, demonstraram que o
arquipélago dos Açores está na rota migratória em direcção a Norte de parte das
populações de várias das espécies de baleias, durante a Primavera e Verão.
Durante
a sua passagem pelos Açores estas baleias são muitas vezes vistas a
alimentar-se e existe alguma evidência de que possam estar associadas com estruturas topográficas como as encostas submarinas das ilhas e montes
submarinos.
Para
responder a algumas destas questões e descobrir mais sobre estas baleias, foi estabelecido o Programa de
Telemetria por Satélite de Grandes Baleias que incide sobre três das
espécies de baleias de barbas que normalmente frequentam os Açores: Baleia azul (Balaenoptera
musculus), Baleia comum (Balaenoptera physalus) e Baleia sardinheira
(Balaenoptera borealis).
Telemetria por Satélite
O estudo dos movimentos de cetáceos e outros organismos marinhos é normalmente difícil por estarem inacessíveis na maior parte do tempo e por, nalguns casos, poderem efectuar movimentos com amplitudes de milhares de quilómetros.
A utilização de métodos de marcação individual com marcas codificadas ou através de fotografia (foto-identificação) tem sido utilizada há muito tempo para tentar obter informação sobre a movimentação de organismos marinhos mas, normalmente, só dá informação do local onde cada indivíduo foi marcado e onde foi recapturado ou reavistado. No entanto, esses métodos não fornecem informação sobre a movimentação dos organismos entre esses dois pontos e sobre as suas actividades ao longo do tempo.
A telemetria por satélite permite obter informação detalhada sobre a movimentação dos animais ao longo de um período de tempo alargado. Este é um sistema de localização e coleta de dados que permite a um transmissor, preso a um animal, ser localizado geograficamente e transmitir dados a um satélite.
A instrumentação dos animais, neste caso baleias, com os transmissores de satélite oferece um desafio suplementar pois estes têm que ser implantados remotamente sem a possibilidade de manipular os animais. Para fazer o implante remoto dos transmissores em baleias, é utilizado um sistema baseado numa arma pneumática especialmente desenvolvida para esse fim (ARTS – Air Rocket Transmitter System).
A arma tem uma câmara de ar pressurizado que serve como propulsor de um projétil que transporta o transmissor. Ao atingir a baleia, o projétil é libertado e o transmissor permanece no animal, com a antena exteriorizada para emitir o sinal para os satélites.
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